quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Declaro que...


Um olhar.
Teu olhar para o meu olhar.
Sinto vergonha de te olhar
Mas olho de vez em quando.

Não tenho muito a perder.
O pouco que tenho, uma hora vou perder.
Não sei, mas não tento carregar comigo as minhas conquistas.
Um dia novo é sempre um novo dia.

É sempre um dia para se apaixonar por algo.
O amor não pede necessariamente um vínculo amoroso.
O amor não pede necessariamente um contrato.
O amor exige tempo.

O tempo me faz pensar.
O tempo me faz sofrer.
Eu não sei quanto tempo já venho andando
Mas sei que um dia a caminhada termina.

“Pouca estrada pra cedo envelhecer”.
Sinto-me velho, chato, com preguiça e sem motivos para tirar a barba;
Aliás, acho que fico mais bonito com ela,
O tempo mostra traços da minha caminhada em minha face.

Tenho pouca noção por onde estou andando.
Está um pouco escuro;
Imagino estar com as pessoas certas no momento certo.
As que passaram estão comigo de alguma forma,
O choro ao lembrar-me delas faz parte
A importância é construída ao decorrer dos passos:
Lentos, rápidos... às vezes não anda.

Tempo, estrada, amor
Vocês sempre estarão comigo.
Continuem caminhando comigo, não me apressem e não fujam...
Sem vocês eu não existo.

Rodrigo Augusto Lopes.
22/11/2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Angústia


Sinto-me angustiado.
Angustiado por pensar que morrerei e a cidade continuará bela e viverá eternamente.
Não que eu queira viver eternamente, pelo contrário
O tempo é ambíguo.

Não consegui tudo aquilo que eu quero.
A incerteza de ter aquilo que eu sonho não me traz muitas felicidades.
Às vezes quero passar a vida toda tentando.
Tentando ser lembrado por algo grandioso.

O desejo é bom, mas até que ponto vale a pena?
Minha maior angústia é o tempo.
O tempo passa, mas não voa.
Não consigo vê-lo passar mais.

A decepção momentânea veio rapidamente, mas a percebi quando batia na porta.
Nesses momentos consigo perceber o tempo...
Ele não passa,
Ele é inimigo.

O tempo consegue me perceber?
Consegue perceber que a angústia força a minha cabeça nas extremidades?

Não quero dormir,
Não quero ler,
Não quero, não quero mais
Pensar que deixarei de existir.

O tempo me perturba.
A presença dele me oprime.
Não consigo sair disso.
Só não queria que ele acabasse comigo.

Rodrigo Augusto Lopes.
19/11/2012