terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Coffee time.

Pessoas passam na rua; o que pensam?
Andam de maneiras tão diferentes. Umas de carro, outras a pé, de bicicleta...
Parecem não estarem preocupadas com muito, diferente de mim que não consegue pensar em coisas além daquelas provocadas pelo sentimento mais terrível: a solidão.

Sentado numa praça vejo a correria parada.
Eu lendo sinto mais o movimento.
Ele não é retilíneo.
Ele é confuso.

Estou confuso, porém não desesperado.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Palavras.


“O momento mais lindo é quando falamos com poucas palavras muitas coisas que uma vida não seria capaz de dizer por si só. Palavras são só palavras, têm seu significado subjetivo quanto objetivo; devem estar sempre em comum acordo. Gostaria de escrever de uma maneira mais convincente, mas o acordo que tenho com as minhas palavras fazem delas um meio de dizer aquilo que sinto de uma maneira simples, e eu não quero perder isso; é sincero e rápido. Elas, para mim, dizem mais que qualquer outra forma de demonstração de afeto, de carinho, mas nem sempre elas são tão efetivas quanto o sentimento de abraçar alguém quando se deseja, realmente, abraçar alguém.”

Rodrigo Augusto Lopes.

Hello to Goodbye.


Aqui estou eu, mais uma vez em frente ao computador tentando escrever algo que não sei muito bem como vai ser escrito;
Minha vida não está conseguindo muito mais ser planejada, coisas acontecem, terminam e eu tive que dar olá ao adeus de maneira rápida.
Memórias feitas em pouco tempo, músicas eternizadas em segundos, lugares que vão ter sempre algo para contar. A graça está no ambiente criado em nossas cabeças. Foi perfeito? Não, não foi, mas foi eternizado. Eu quero ser eternizado. Aquela luta diária, que minha geração é lembrada todos os dias por nossos ídolos que morreram jovens e que deixaram seus legados que sobrevivem até hoje.
Gostaria de ter tido mais tempo, mais jinga, mais coragem para ser quem eu quero ser, mas aquela eterna culpa por algo que eu não fiz me acompanha diariamente. O que farei agora é tentar superar a minha questão com o tempo que está me limitando. Eu queria não ter que aceitar, mas não há muito que eu possa fazer.
A nossa sociedade confessional me fez falar o que eu provavelmente poderia não ter dito e agora as consequências são sentidas nas músicas depressivas que venho escutando o dia todo. A voz grave somada com um tom de tédio fazem do meu dia (e provavelmente fará dos próximos), um dia como àqueles que eu vivia há dois anos atrás. Mas adquiri resistência e hoje não choro mais tanto quanto antes, a vida que estou criando nesses últimos dias deu-me seu primeiro revés, mas não perderei as esperanças. Eu decidi o que eu quero, finalmente!
O corpo pesa, o sono está fora de ordem, não tenho vontade de comer. Posso dizer que está tudo bem, ser e demonstrar ser a pessoa mais tranquila possível, mas o corpo não mente. O corpo está pedindo socorro e eu não estou em condições de fazê-lo estar em boas condições. É uma fase, apenas uma fase.

“Quando você é jovem, você sempre pensa
Que o sol vai brilhar
Um dia você terá que dizer olá para uma despedida
Grite, deixe que alguém em algum lugar saiba que você está vivo
Guarde estas palavras,
Use-as com sabedoria
Viva antes de morrer...”


Ficarei bem, é só mais um dia que se encerrou. A participação na vida não se encerra, nunca.
Estarei sempre em busca de alguma coisa e é isso que me move. Não quero e não vou ficar estático. Quero ser mais do que aquilo que dizem que eu sou. Respeito, compromisso e diálogo são três palavras que não largo de maneira alguma.

Rodrigo Augusto Lopes.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Retorno ao espelho.


Gostaria de estar conseguindo escrever.
Estou deprimido, mas não vem palavras à minha cabeça.
Isso quer dizer que eu não tenho necessariamente um motivo,
Talvez eu só queira estar deprimido mesmo.

Estar deprimido significa, olhar pro nada e ver muita coisa.
Olhar pro nada e não pensar em nada.
Um filme está passando na cabeça,
Mas não consigo reagir.

Um filme preto em branco para ser mais dramático.
A esperança que eu adoro tanto em “A felicidade não se compra”
Não está presente.
Esse filme me deprime.

O preto em branco ganhou cores.
Vejo eu mesmo na minha frente.
Camiseta roxa, cabelo grande, barba mal-feita
Olhos que parecem acreditar que vai algo acontecer.
Há algo acontecendo.

A vida vai bem.
Meus sonhos mais alcançáveis, foram alcançados.
Mas me sinto sozinho,
E não está mais tão bom quanto era antes.
Dependo do pensamento de não estar e não me sentir sozinho.

Um pensamento,
Uma vontade que não é bem uma vontade,
É momentânea,
Gostaria de ser mais...
Faltam palavras para descrever o que eu gostaria de ser mais.

Eu penso em você antes de dormir.
Antes de pensar, gostaria de que você estivesse aqui.
Mas não sei onde o meu pensamento foi ou está.

Estou falando de mim.

O espelho faz eu olhar para mim,
E eu não desvio o olhar,
Mas gostaria de já ter desviado.

Gostaria de ter dito tanto.
Tenho tanto para falar, mas me faltam palavras,
Faltam-me pessoas para escutar.

Amedronto pessoas com o tanto que eu quero dizer.
Elas fogem de mim ou então estão comigo quando há outras pessoas juntas.
Relembro mais uma vez:
Estou sozinho.

Fecho o espelho e saio de cabeça erguida.
Fim de mais um ato.
Poderia ter ficado melhor se eu realmente estivesse aqui.

Rodrigo Augusto Lopes.